Ahh... "A todo mundo eu dou psiu; perguntando por meu bem; tendo um coração vazio; vivo assim a dar psiu; Sabiá, vem cá também" ... Dessa forma eternizado por Luiz Gonzaga e Zé Dantas, assim como por outros artistas brasileiros e ícones da literatura, o Turdus rufiventris, conhecido como Sabiá-laranjeira, é considerado ave símbolo do Brasil com ampla distribuição pelo país, com exceção da região Amazônica; além de sua ocorrência na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

É um passeriforme com plumagem parda e cor ferrugínea-laranja na barriga. Os machos e fêmeas são semelhantes, não apresentando dimorfismo sexual, sendo que as fêmeas são um pouco maiores do que os machos. Se alimentam de insetos, minhocas e frutos. Constroem seus ninhos em arbustos, arvores com folhagem densa e em vãos de telhados. Se reproduzem até três vezes no ano, e as fêmeas costumam colocar de 3 a 4 ovos por postura.

O sabiá-laranjeira canta principalmente ao alvorecer do dia e à tarde. Seu canto se assemelha ao som de uma flauta doce e é muito apreciado, o que faz dessa ave muito visada para criação em gaiolas; apesar de ser crime ambiental manter animais silvestres em cativeiro sem licença do IBAMA.

É bem adaptado à ambientes modificados pelo homem. Vive nas matas, parques, quintais e centros urbanos onde existe alguma arborização. Nas áreas mais secas podemos encontrá-lo em locais próximos à água.

E como o grande poeta Gonçalves Dias já dizia... "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá"!

Foto: Raquel Soares

Conhecido popularmente como tiriba-de-peito-cinza ou simplesmente como periquito-cara-suja, essa fantástica e incrível espécie de ave da família dos Psitacídeos, possui uma presença marcante com suas cores fortes e seu jeito fofo de ser.

Espécie diurna, que se alimenta de frutos, sementes e flores, e costumam habitar as bordas das florestas. No passado, essa espécie distribuía-se por grande parte do Nordeste, mas devido à caça, ao tráfico de animais e a destruição de seus hábitats naturais, hoje infelizmente, ocorre somente no estado do Ceará, sendo o maciço de Baturité (área de mata úmida) a principal área onde pode ser encontrado, além de uma única área dentro do sertão de Quixadá (Caatinga) e Ibaretama. A reprodução ocorre na época das chuvas, quando a fêmea põe de 5 a 8 ovos, em ninhos ocos escavados por pica-paus. De acordo com a IUCN (União Internacional da Conservação da Natureza) a espécie foi avaliada como ameaçada de extinção.

Foto: Cícero Lima

Referência:

GIRÃO, W.; Albano, C. and Campos, A. A. Inselbergs as habitat to the Critically Endangered Grey-breasted Parakeet (Pyrrhura griseipectus), an endemic species from northeastern Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, 18(2):130-132, 2010.

Também chamado de pipa-pau-da-garganta-preta ou pica-pau-de-topete-vermelho, essa simpática ave possui a cabeça e o topete de tons vermelhos. Pode medir entre 33cm a 38cm e pesar em torno de 250g. O significado do seu nome tem muita relação com o tipo de alimento consumido, Campephilus significa "aquele que gosta de lagartas". Sua dieta consiste principalmente de larvas de insetos capturadas sob as cascas das árvores. Costumam viver aos pares ou em grupos de até cinco indivíduos. Constroem o ninho em troncos de árvores mortas, chocando de dois a três ovos. Apresentam ampla distribuição ocorrendo em vários países da América do Sul. No Brasil, é encontrado na Amazônia, Nordeste, Centro-oeste e para o sul até o Paraná. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

Referências

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Site

WikiAves: wikiaves.com.br/pica-pau-de-topete-vermelho

Conhecido popularmente como gavião carijó, essa espécie pode medir até 42 cm de comprimento e pesar entre 250 a 300g. Nessa espécie, as fêmeas costumam ser maiores que os machos. O gavião carijó possui uma plumagem de coloração ferrugínea e cauda com cores de marrom e branco. E pra você que ainda não viu essa espécie, fica ligado, pois ele é considerado o gavião mais abundante do Brasil! Plana aos casais ou em pequenos grupos, ocasião em que se emite muita vocalização. Costumam ser encontrados em áreas urbanas, zonas rurais, pastos, áreas de matas, Cerrados, Caatingas etc. Sua alimentação é variada e consiste em insetos, aranhas e pequenos vertebrados como serpentes, lagartos, pererecas, pequenos marsupiais, outros pássaros, ratos e até morcegos. Quanto a reprodução, constroem seu ninho com gravetos e folhas e põem em média 2 ovos de coloração variável, que são incubados por até 30 dias pela fêmea. Espécie de ampla distribuição, ocorre desde o México até a Argentina, e por todo o Brasil. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

Referências

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Major, I., Sales Jr. L.G. e Castro, R. (2004) Aves da Caatinga. Edições Demócrito Rocha, Associação Caatinga.

Tortato, M. A. (2009). Predação de cuíca-d'água (Chironectes minimus: Mammalia, Didelphidae) por gavião-carijó (Rupornis magnirostris: Aves, Accipitridae). Mastozoología Neotropical, 16(2):491-493.

Site: <www.wikiaves.com.br/gaviao-carijo>

Conhecido popularmente como "mãe-da-lua" ou "urutau", é uma ave noturna de porte médio medindo cerca de 40 cm de comprimento. Possui a plumagem de cor cinza ou amarronzado variando entre os diferentes tons dessas cores além de olhos grandes e amarelos. Alimenta-se de insetos noturnos, especialmente de grandes mariposas, cupins e besouros, que ele caça durante o voo. No período de reprodução põe um ovo, em buracos de tocos ou galhos, a uma pequena distância do solo, incubando-o aproximadamente por 33 dias. O filhotinho fica no ninho por volta de 49 dias. Nyctibius griseus é uma espécie amplamente distribuída pelo Brasil e países vizinhos, habitando bordas de florestas, Cerrados, Caatingas, manguezais, parques e zonas rurais. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) seu estado de ameaça encontra-se pouco preocupante.

"Olá Biocangaceiros,

Olha aqui nós outra vez.

Trazendo informações,

Pra cada um de vocês.

Vim falar da mãe-da-lua,

Um bichinho interessante.

Uma ave misteriosa,

E também muito importante

Vamos logo começar,

Que já estou ansiosa.

Espero que vocês curtam

E eu vou deixando de prosa."

Algumas curiosidades sobre essa espécie é que N. griseus possui uma adaptação muito curiosa entre as aves, que se chama "olho mágico", que consiste basicamente em duas fendas na pálpebra superior, que permite a essa espécie perceber o que passa ao seu redor, enquanto a ave mantém-se imóvel e de olhos fechados. Existem muitos mitos envolvendo o mãe-da-lua, no Brasil, o canto melancólico dessa ave provoca certo receio na população local devido à semelhança a gritos de pavor! Conforme as lendas esta ave foi condenada pela lua a viver eternamente durante a noite e, portanto, em noites de lua cheia, pede perdão à lua emitindo seu choro de lamento.

Referências

Major, I., Sales Jr. L.G. e Castro, R. (2004) Aves da Caatinga. Edições Demócrito Rocha, Associação Caatinga.

Santiago, R. G. [BDC] Urutau, Mãe-da-lua (Nyctibius griseus) 2006.

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Sites:

Wikiaves- A Enciclopédia das Aves: Mãe-da-lua. Disponível em: <https://www.wikiaves.com.br/mae-da-lua>

Conhecido popularmente como surucuá-de-barriga-vermelha ou cancão-de-fogo, é uma ave que possui até 25 cm de comprimento e peso com variações entre 39 e 60 gramas. Os machos possuem uma coloração azul no alto da cabeça, verde na região dorsal e uma cauda negra com faixas brancas, ao passo que as fêmeas apresentam uma coloração cinzenta no pescoço e no alto da cabeça. A sua alimentação é composta por insetos (besouros, cigarras), aracnídeos (aranhas) e frutos pequenos, em especial da embaúba. Uma curiosidade sobre esta espécie de ave é que ela possui a característica de pousar sobre galhos e cipós na copa das árvores, a partir desses pontos de pouso ela observa e analisa o entorno por um certo tempo, na busca de lagartas nas folhas, cigarras, besouros e aranhas, por isso o nome dorminhoco a ela foi atribuído. Nos dois casos, apanham o alimento em vôo direto, ficando sob a presa ou fruto. Na formação de seu ninho ela utiliza cupinzeiros encontrados nas árvores e põe de 2 a 4 ovos de cor amarelada, o casal de pássaros opera juntos na construção do ninho e nos cuidados com os filhotes. Habitam áreas de Caatinga e mata seca, vivem também em ambientes de floresta, tendo maior ocorrência em matas ciliares. Essa espécie apresenta ampla distribuição no país sendo encontrado nas regiões Norte-Nordeste e Centro-oeste, ocorrendo nos biomas de Caatinga, Cerrado e Amazônia. O status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

Referencias
Major, I., Sales Jr. L.G. e Castro, R. (2004) Aves da Caatinga. Edições Demócrito Rocha, Associação Caatinga.
Wikiaves-Enciclopédia das aves: https://www.wikiaves.com.br/surucua-de-barrigavermelha.

Conhecido como beija-flor-de-bico-vermelho, besourinho-de-bico-vermelho ou simplesmente beija flor, essa espécie mede cerca de 8,5 cm e pesa 3,5g. Possui uma plumagem verde brilhante, apresentando um brilho dourado mais intenso na face e mais azulado na garganta. O bico é vermelho com a ponta negra. A fêmea destaca-se por uma linha curva branca atrás dos olhos e ponta da cauda esbranquiçada. Habita áreas de Caatinga e zonas urbanas. Sua alimentação consiste basicamente de néctar e insetos. Quanto a reprodução, essa espécie põe 2 ovos de cor branca em seu ninho em forma de tigela feita de material macio e fixado sobre o colmo de capim ou em uma raiz fina. C. lucidus apresenta ampla distribuição, é comum no leste do país, ocorrendo desde o Maranhão ao Rio Grande do Sul. Encantadora pela sua beleza essa espécie pode ser facilmente visualizada ao visitar jardins com flores para alimentar-se de seu néctar. Então já sabem, você aí que tem uma área verde com algumas flores em sua residência ou mesmo um pequeno jardim, mantenha sempre uma câmera pertinho de você e faça lindos registros dessa espécie. Ah, e aproveita e manda pra gente. Posta ai nos comentários ;)

Referências

Major, I., Sales Jr. L.G. e Castro, R. (2004) Aves da Caatinga. Edições Demócrito Rocha, Associação Caatinga.

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Sites:

Wikiaves- A Enciclopédia das Aves: besourinho-de-bico-vermelho. Disponível em: <https://www.wikiaves.com.br/besourinho-de-bico-vermelho>

Foto: Andrei Arrais

Ah, o cardeal-do-nordeste! Este é um bichinho para lá de conhecido no Nordeste do Brasil, além de ter sido introduzido no Sudeste; pois, infelizmente, é um forte alvo do tráfico de animais silvestres! Recebe uma diversidade de nomes como galo-de-campina, cabeça-vermelha, cabeça-de-fita e cabeça-de-lenço, mas faz jus a todos esses nomes; concordam? Já que possui uma linda plumagem vermelha na cabeça (quando jovem é pardo-anegrada), habita as matas baixas mais ensolaradas e as margens dos rios. É uma ave passeriforme, ordem que compreende mais da metade das aves existentes; e granívora, com preferência para sementes de gramíneas, mas eventualmente pode se tornar insetívora. Vive em casal, e o macho é quem defende o território. Na caatinga, se reproduz no período de chuvas, gerando de 2 a 4 ninhadas, com 2 a 3 ovos cada, e os filhotes nascem logo após 13 dias. Neste período, o cardeal-do-nordeste fica até mais "romântico" cantando verdadeiras alvoradas!

Referências:

www.wikiaves.com.br/cardeal-do-nordeste                                

Silveira, L.F. (2012) Os cardeais brasileiros. Disponível em:  www.ib.usp.br/~lfsilveira/pdf/a_2012_ceccardeais.pdf

Fotos: Andrei Arrais

Referências:

O "soldadinho-do-Araripe" é uma espécie endêmica da região nordeste, de ocorrência restrita à chapada do Araripe, encontrado somente nos municípios de Crato, Barbalha e Missão Velha. Em função da perda de habitat provocada pelo desmatamento e degradação de mananciais da região Araripe, é considerada uma das cinco espécies da fauna cearense mais ameaçada de extinção. Seu nome é em homenagem ao zoólogo brasileiro Werner Carlos Augusto Bokermann. Antios, do grego, significa diferente e lophos, crista.

É uma espécie pequena, com cerca de 15cm de comprimento, além de apresentar um acentuado dimorfismo sexual, onde as fêmeas possuem cor verde-oliva, e os machos são brancos, com caudas e penas de voo negras e um topete avermelhado que se estende até o dorso do animal. Alimentam-se de pequenos frutos e insetos.
Referências:
wikiaves.com.br/soldadinho-do-araripe
AQUASIS - Plano de Conservação do Soldadinho-do-araripe. Disponível em: aquasis.org/soldadinho/
Fotos: Andrei Arrais e

As aves popularmente conhecidas por bacuraus ou curiangos, apresentam ampla distribuição mundial, no entanto são as regiões mais quentes, como os trópicos que detêm a maior diversidade dessas espécies. Na América do Sul, há vários países com registros de espécies da ordem Caprimulgidae, sendo o Brasil o país a abrigar cerca de 25 dessas espécies em nossos biomas.

Hydropsalis parvula também conhecido como bacurau-chintã, é uma espécie amplamente distribuída por todo o país. É comumente encontrado nos biomas Cerrado e Caatinga, em áreas de vegetação semiabertas, mata seca, beiras de matas, campos ou mesmo estradas de terra ("carroçais"). É uma ave pequena, cerca de 20 cm de comprimento, se comparada às outras espécies do grupo, e podem ocorrer em diferentes altitudes (0 m até 1000 m). A dieta de H. parvula é insetívora e essa espécie possui hábitos noturnos. Costumam alimentar-se em pleno voo de insetos voadores, utilizando apenas sua visão para detectar suas presas. A reprodução ocorre entre os meses de agosto e novembro, onde nidificam diretamente no solo e põem de 1 a 2 ovos.

Referências:

Major, I., Sales Jr. L.G. e Castro, R. (2004) Aves da Caatinga. Edições Demócrito Rocha, Associação Caatinga.

Ribeiro, T.V.B. (2014) História natural do bacurau-chintã (Hydropsalis parvula): comportamento de forrageamento, migração e caracterização dos poleiros de pouso e vocalização. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro.

Wikiaves.com.br/bacurau-chinta.

Foto: Herivelto de Oliveira