Répteis

Os répteis são os animais de "sangue frio" (pecilotérmicos), que se rastejam, apresentam o corpo recoberto por escamas e possuem diversas adaptações para o ambiente terrestres. São denominados amniotas por possuírem em seu ovo anexos embrionários que protegem o embrião durante seu desenvolvimento. São considerados répteis os seguintes grupos: Testudines (quelônios) que tem como representantes as tartarugas, cágados e jabutis. O grupo Lepidosauria é formado pelos lagartos (Lacertítlia), serpentes (Ophidia), anfisbenas (Anphisbaena) e o Tuatara (Sphenodontia). Ainda fazem parte desse grande grupo de animais escamados fantásticos os crocodilianos (jacarés, crocodilos e gaviais).

Micrablepharus maximiliani (Reinhardt e Lütken,1862)

"CALANGUIM" DO RABO AZUL

O "calango da cauda azul" como é conhecido, é um lagarto de pequeno tamanho (4cm-15cm de comprimento), inofensivo e muito ágil. Pertencente ao grupo de lagartos Gimnoftalmidae, caracterizam-se por possuírem o corpo alongado e membros curtos em relação ao tamanho do corpo. São lagartos de hábitos semifossoriais, isto é, estão sempre associados ao solo e a serrapilheira das florestas. Alimentam-se de cupins, grilos e outros pequenos invertebrados. No Brasil, ocorrem em quase todos os estados, exceto a região Sul e alguns estados da região Norte. Segundo a IUCN (União Internacional da Conservação da Natureza) seu status de conservação encontra-se pouco preocupante.

Mas, por que a cauda azul? Não se conhece sobre a finalidade da sua coloração, mas acredita-se que seja uma forma de atrair o predador em direção a ela, para que diante da ameaça haja a soltura da cauda desviando a atenção do predador, e assim fazendo com que o lagarto consiga fugir com mais facilidade, protegendo partes vitais (cabeça e tronco) para a sua sobrevivência.

Foto: Robson Ávila

Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825)

LAGARTIXA DO LAJEIRO

Conhecido como lagartixa ou calango, esse pequeno lagarto pode atingir até 20cm de comprimento. É uma espécie de hábitos terrícola e diurna. Possui corpo achatado por questões evolutivas como, otimizar a absorção de calor para regulação de sua temperatura corporal e habitar os ambientes rochosos onde são encontrados (hábitos saxícolas). Apresentam dimorfismo sexual apenas no período reprodutivo, onde os machos diferem das fêmeas por apresentarem coloração amareladas na região pélvica. Alimentam-se de insetos, principalmente formigas, sementes, néctar e frutos. É uma espécie endêmica da Caatinga distribuída do Piauí ao norte da Bahia. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

Referências

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Site: Reptiledatabase

reptiledatabase.reptarium.cz/species?genus=Tropidurus&species=semitaeniatus

Boa constrictor (Linnaeus, 1758)

O PODEROSO BAFO DA JIBOIA 

Quem nunca ouviu a história de que o bafo da jiboia é perigoso? Que o bufar dessa serpente pode criar manchas na pele ou até mesmo causar envenenamento? Será mesmo que isso é verdade? Ficou curioso? Então se liga nesse post!

Conhecida também como "jibóia", "cobra de veado" ou "salamanta boi", essa serpente semi-arborícola pertence à família Boidae, um grupo biológico ao qual encontram-se as serpentes não peçonhentas, isto é, não produzem e muito menos são capazes de inocular veneno! É considerada uma espécie de grande porte, que pode atingir frequentemente 2,5 metros de comprimento. Possui hábitos diurno e noturno, e costumam se alimentar de uma grande variedade de presas como aves, répteis e pequenos mamíferos (ex. roedores e marsupiais). Ocorrem em diferentes áreas da Caatinga incluindo as formações de Cerrado em elevações que variam de 0 a 800 metros de altitude. São vivíparas e o período de reprodução nessa espécie varia de outubro a dezembro, sendo encontrado indivíduos jovens entre os meses de janeiro a abril. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

"Tá, mas, e ai? " o bafo da jiboia mata? Existem inúmeras crendices populares quanto a isso, e a verdade é que não há perigo. Quando a serpente se sente ameaçada, ela tenta fugir discretamente, porém, ao ser confrontada assume a postura de "S", abre a boca e expira fortemente o ar dos pulmões, que ao passar pela glote produz um ruído alto bem característico. O bafo da jiboia é simplesmente a eliminação vigorosa do ar contido em seus pulmões, não havendo veneno ou toxicidade alguma nesse ar eliminado.

É importante conhecermos e entendermos o comportamento desses animais, só assim poderemos efetivamente contribuir para a conservação dessas espécies. Apesar de muitos não acharem fofinhos, esses animais são fundamentais para o equilíbrio do meio ambiente.

Referências

Paulo C.M.D. Mesquita Daniel C. Passos Diva M. Borges-Nojosa Sonia Z. Cechin. (2013) Ecologia e história natural das serpentes de uma área de Caatinga no nordeste brasileiro. Papéis avulsos de Zoologia, 53(8):99‑113.

SAWAYA, R.J., MARQUES, O.A.V. & MARTINS, M. 2008. Composition and natural history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo State, southeastern Brazil. Biota Neotrop. 8(2): https://www. biotaneotropica.org.br/v8n2/en/abstract?inventory+bn01308022008.

Foto: Biocangaço

Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)

CÁGADO CAUDA DE ESCORPIÃO

Os quelônios estão entre os animais mais simpáticos da natureza. Sempre muito carismáticos, conquistam as pessoas por seu jeito fofo, dócil e tranquilão de ser. Se liga no personagem de hoje!

Conhecido popularmente como muçuã ou jurará, esse cágado é uma espécie de quelônio brasileiro de pequeno porte que pode atingir até 25cm de comprimento. A coloração do seu casco é predominante marrom e o ventre mais claro, com manchas amareladas. Possui ampla tolerância ecológica sendo capaz de habitar diferentes ambientes como riachos, lagoas, lagos, pântanos e lagoas temporárias. É comum eles se enterrarem no barro até o início das chuvas. Apesar de não ser comum, eles também podem ser encontrados em áreas de mata fechada. É considerado terrestre e aquático, com hábitos diurnos. Sua alimentação consiste basicamente numa dieta onívora que se alimenta principalmente de vertebrados de pequeno porte (peixes e girinos), e também insetos e vegetais. O período reprodutivo ocorre uma vez por ano entre os meses de agosto a novembro, com ninhadas que variam de 01 a 03 ovos por estação reprodutiva. O tempo de incubação é de 176 dias.

Quanto à sua distribuição, encontra-se bem difundido pelo continente americano. No Brasil, ocorre na Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se ameaçada.

Curiosidades:

- Kinosternon scorpioides é intensamente consumida na alimentação, inclusive em restaurantes dos estados do Pará e Maranhão, locais onde a sua ocorrência é considerada abundante.

- O significado do nome "scorpioides" é referência à posição que a cauda desses bichos adota, lembrando a de um escorpião.

Referências

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Rueda-Almonacid, J.V., Carr, J.L.; Mittermeier, R.A.; Rodríguez-Mahecha, J.V.; Mast, R.B.; Vogt, R. C.; Rhodin, A.G.J.; Ossa-Velásquez, J. de la; Rueda, J.N. & Mittermeier, C.G. 2007. Las tortugas y los cocodrilianos de los países andinos del trópico. Serie de guías tropicales de campo Nº 6. Conservación Internacional. Ed. Panamericana, Formas e Impresos. 538p.

Vogt, R.C. 2008. Tartarugas da Amazônia. Lima, 104p.

Foto: Biocangaço

Vanzosaura multiscutata (AMARAL, 1933) 

LAGARTO DO RABO VERMELHO

Também conhecido como "lagarto-do-rabo-vermelho", essa pequena espécie de lagarto pode atingir até 6 cm de comprimento. Possui um corpo alongado, focinho arredondado, membros curtos em relação ao corpo e como seu nome popular sugere, uma cauda de cor vermelha bem característica dessa espécie. Pode ser facilmente encontrado em ambientes abertos e arenosos sob o folhiço e durante o período diurno, onde desloca-se ativamente a procura de alimento (pequenos artrópodes). São animais ovíparos e apresenta múltiplas ninhadas, compostas por dois ovos. Essa espécie distribui-se ao longo da América do Sul, em países como Bolívia e Paraguai, e no Brasil ocorre nos biomas Caatinga e Cerrado. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

Curiosidades sobre a espécie:

Sob situações de perigo (p. ex. predação) essa espécie perde a cauda facilmente, processo que denominamos de autotomia, o que auxilia o animal a fugir do perigo.

O gênero (Vanzosaura) dessa espécie é em homenagem à um dos zoólogos brasileiros mais distintos Dr. Paulo Emílio Vanzolini (1924-2013).

Referências:

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Reptile database link: https://reptile-database.reptarium.cz/species?genus=Vanzosaura&species=multiscutata

Museu Virtual do cerrado link: https://www.mvc.unb.br/pesquisa/especies/conheca-as-especies/jag/38-gymnophthalmidae/149-lagarto-do-rabo-vermelho-vanzosaura-multiscutata.

Foto: Robson Ávila.

Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)

COBRA JARDINEIRA, QUE DE JARDIM NÃO ENTENDE NADA! 

Conhecida como "suaçubóia", "cobra-de-veado" ou "cobra-veadeira", os nomes populares dessa serpente têm origem indígena, onde suaçú significa veado e bóia, cobra.

Essa espécie também pertence à família Boidae, a mesma à qual as famosas jibóias e sucuris estão inseridas. C. hortulanus é uma serpente arborícola, de hábitos noturnos, que apresenta o corpo longo e esguio podendo atingir até 1,5m de comprimento e ser encontradas em altitudes de até 850m! Utiliza como estratégias de caça a busca ativa (onde o animal desloca-se pelo ambiente em busca de alimento) e a técnica do senta e espera (onde ela permanece imóvel e camuflada à espreita de sua presa). Alimenta-se de uma variedade de alimentos desde lagartos, rãs, pererecas, pequenas aves e mamíferos como roedores, cuícas e morcegos. Ao contrário do que muitos pensam essa serpente não é peçonhenta, isto é, ela não produz e tão pouco tem a capacidade de inocular o veneno. O que faz dela uma excelente constritora, matando as suas presas por asfixia.

Quanto à sua reprodução, são serpentes vivíparas, ou seja, o embrião se desenvolve dentro do útero materno e a gestação geralmente ocorre no final do verão e início do inverno, onde pode dar à luz de 3 a 24 filhotes. Sua distribuição ocorre desde a Amazônia, passando pelo Cerrado e Caatinga até ser encontrada também em áreas de Mata Atlântica, onde habita principalmente florestas, mas pode ser encontrada também em áreas urbanas. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se pouco preocupante.

Mas por que jardineira? Uma característica bem conhecida nessa espécie é a variedade de cores em que ela pode ser encontrada, o que chamamos de polimorfismo. Lineu, um dos grandes e mais famosos naturalistas, ao estudar essa espécie achou que a coloração encontrada na cabeça da suaçubóia lembrava muito um jardim, daí nomeou a espécie através dessa característica onde hortulanus significa "de jardim" ou "jardineira".

Para saber mais:

Costa, H. C.; Solar, R. R. C. Bicho da Vez - nº. 01. Suaçubóia, Corallus hortulanus. Museu de Zoologia João Moojen. Universidade Federal de Viçosa.

Gonzalez, R. C., et al. 2016. Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) (Squamata: Serpentes: Boidae) diet: predation events on two Passeriformes at the Atlantic Rainforest, southeastern Brazil. Herpetology Notes, 9:87-89.

Martins, M.; Oliveira, M. E. Natural History of Snakes In Forests Of The Manaus Region, Central Amazonia, Brazil. Herpetological Natural History, v. 6, n. 2, p. 78-150, 1998.

Sites:

www.herpetofauna.com.br/Corallus.htm

www.museudezoologia.ufv.br/bichodavez/edicao01.htm

Foto: Biocangaço.

Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825)

- "Ei tu viu aquele calango? " - "Que lagartixa bonita! " - "Eita, você viu as cores daquela lagartixa? "... Então... são essas as reações que geralmente as pessoas tem ao se deparar com o personagem do post de hoje, vem conferir!

Popularmente conhecido como "bico-doce", "tijubina", "calango-verde" ou "lagarto-cauda-de-chicote" é uma espécie pequena que pode atingir até 15cm de comprimento. Esse lagarto apresenta coloração predominantemente marrom, com manchas (ocelos) e linhas longitudinais dispostos lateralmente em cor mais clara. Possui cores verdes no dorso na porção mais anterior e azulada nas laterais, porém quando jovem essas manchas ainda não estão presentes. É uma espécie abundante em áreas abertas e é encontrado sobre o solo em atividade no período diurno, forrageando principalmente pequenos artrópodes como aranhas, besouros, formigas, borboletas e muitos outros. Durante o período reprodutivo a coloração fica mais acentuada e na região gular, isto é, surgem manchas alaranjadas de cores mais intensas. São ovíparos e a fêmea põe até dois ovos por ninhada. Possui amplo registro na América do Sul. No Brasil ocorre nos Biomas da Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

Referências

Albuquerque, R. L., dos Santos Protázio, A., Barbosa de Queiroga Cavalcanti, L., Lopez, L. C. S., & Mesquita, D. O. 2018. Geographical Ecology of Tropidurus hispidus (Squamata: Tropiduridae) and Cnemidophorus ocellifer (Squamata: Teiidae) in a Neotropical Region: A Comparison among Atlantic Forest, Caatinga, and Coastal Populations. Journal of Herpetology 52 (2): 145-155.

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Site:<reptile-database. reptarium. cz / s pecies ? genus = Ameivula &species = ocellifera>

Foto: Biocangaço

Polychrus acutirostris Spix, 1825

Também conhecido como calango-cego, calango-preguiça ou papa-vento, essa espécie de lagarto de porte mediano mede cerca de 45cm. Apresenta coloração predominantemente cinza, com manchas irregulares mais escuras pelo corpo. De hábitos arborícolas essa espécie possui algumas adaptações para seu modo de vida, como patas e caudas preênseis. Seus olhos são pequenos e se movem de forma independente. Seu período de atividade é diurno e sua alimentação consiste em algumas sementes e pequenos invertebrados, como aranhas, baratas, besouros, embuás, borboletas, libélulas e alguns gastrópodes terrestres. P. acutirostris apresenta uma ampla distribuição geográfica, ocorrendo em alguns países da América do Sul, como Paraguai e Argentina. No Brasil, pode ser encontrado em diferentes biomas como a Mata Atlântica, o Cerrado, e claro, nossa belíssima Caatinga nordestina! Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) encontra-se não catalogada.

Existem alguns mitos relacionados à essa espécie, por exemplo, de que é cego ou venenoso, mas nenhuma dessas afirmações são verdadeiras! Apesar desse lagarto possuir olhos pequenos, ele é capaz de ver. E mais importante, essa espécie não é venenosa! Não existem lagartos venenosos no Brasil.

Referências

Filho, P.B.P., Chaves, L.S., Carvalho, R.A., Alves, P.P., D'Assunção, M.M., Prado-Neto, J.G., Fauna ilustrada da Fazenda Tamanduá. Avis Brasilis editora, 2015.

Freitas, M.A., Silva, T.F.S. (2005) A herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas, USEB, 161pp.

GARDA, A. A.; COSTA, G. C. ; França, Frederico G. R. ; Giugliano, L. ; Giselle, L. ; MESQUITA, D. O. ; Tavares-Bastos, L. ; Vasconcellos, M. M. ; VIEIRA, Gustavo Henrique Calazans ; VITT, L. J. ; WERNECK, Fernanda de Pinho ; WIEDERHECKER, H. C. ; Colli, G. R. . Reproduction, Body Size, and Diet of Polychrus acutirostris (Squamata: Polychrotidae) in Two Contrasting Environments in Brazil. Journal of Herpetology, v. 46, p. 2-8, 2012.

Foto: Herivelto de Oliveira

Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)

Conhecido popularmente como "bico doce" ou "lagartixa verde", faz parte da família de lagartos Teiidae. São animais terrestres, geralmente de coloração esverdeada na parte dorsal, porém o padrão de colorido varia com a idade, mas quase sempre existe alguma coloração verde na superfície dorsal e lateral do corpo. Possuem um corpo alongado, atingindo até 60cm de comprimento, além de uma cauda longa em forma de chicote. Sua cabeça termina em um focinho pontudo e suas patas traseiras são compridas e musculosas. Essas características se relacionam com o modo de forrageamento e tática de fuga de predadores, pois os tornam ágeis na hora da corrida. As espécies do gênero Ameiva são diurnas, de forrageamento ativo e com dieta generalistas, isto é, consumindo uma grande variedade de alimentos como: artrópodes, anfíbios, lagartos e até mamíferos! É uma espécie ovípara, com ninhadas que variam de 1 a 11 ovos.

Possui ampla distribuição em áreas tropicais e subtropicais da América do Sul. No brasil, essa espécie é encontrada na maior parte do país, ocorrendo em áreas naturais e antropizadas, em diferentes habitats, tais como Caatinga, Cerrado, Floresta Amazônica e Restinga. Na floresta é encontrado em situações de borda, ao longo de cursos d'água e em clareiras naturais relativamente grandes, raramente é visto nas áreas mais sombrias.

Referências

Freitas, M.A., Silva, T.F.S. (2005) A herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas, USEB, 161pp.

Silva et al. (2003) Ecologia de Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) na Restinga de Guriri, São Mateus, Espirito Santo, Sudeste do Brasil.

Vitt et al. (2008) Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central - Manaus.

Sites:

www.reptile-database.org/

https://www.icmbio.gov.br

Foto: Biocangaço

Copeoglossum arajara Reboucas-Spieker, 1981

Também conhecido como "lagarto liso" ou "briba brilhante", essa é uma espécie que pode ultrapassar facilmente 12cm de comprimento, fazendo dessa a maior espécie dentro da Família Mabuydae. Possui hábitos diurnos e sua dieta é constituída de pequenas quantidades de material vegetal e pequenos insetos, sendo os cupins, o alimento mais consumido. Quanto à reprodução são vivíparos, com ninhadas de 4-9 filhotes por ano sempre coincidindo com o período das chuvas na Caatinga. C. arajara apresenta um comportamento bem curioso, o de tanatose, isto é, o animal finge-se de morto quando se sente ameaçado por algum predador. Essa espécie foi descrita para o sul do estado do Ceará, na mata úmida da encosta da Chapada do Araripe. Por muito tempo acreditou-se que C. arajara fosse endêmico apenas para esta região, mas com o aumento no número de estudos foi registrado sua presença em outros "brejos de altitude" da porção norte do estado do Ceará como o Parque Nacional de Ubajara, o Planalto da Ibiapaba e Serra das Almas. Quanto ao status de conservação dessa espécie, segundo a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) seu estado de ameaça não encontra-se listado.

Referências

Ribeiro, Samuel C.; Diego A. Teles, Daniel O. Mesquita, Waltécio O. Almeida, Luciano A. Dos Anjos, and Miriam C. Guarnieri 2015. Ecology of the Skink, Mabuya arajara Rebouças-Spieker, 1981, in the Araripe Plateau, Northeastern Brazil. Journal of Herpetology Jun 2015, Vol. 49, No. 2: 237-244.

Roberto, I. J., D. Loebmann. 2010. Geographic distribution and parturition of Mabuya arajara Rebouças-Spieker, 1981 (Squamata,Sauria, Scincidae) from Ceará, northeastern Brazil. Herpetological Bulletin 113:4-10.

Roberto, I.J., P.T.P. Brito; F.B. Menezes, L.M.B. Bezerra AND S.C. Ribeiro. (2012) Mabuya arajara (Arajara Mabuya), geographical distribution. Herpetological Review 43:612.

Site: www.reptile-database.org/

Foto: Samuel Ribeiro

Oxyrhopus trigeminus (Duméril, Bibron e Duméril, 1854)

Conhecida popularmente como "falsa coral", essa espécie de serpente apresenta-se amplamente distribuída por toda a Caatinga. Sua ocorrência é comum em áreas de florestas e ambientes abertos desse bioma, podendo ser encontrada também em diferentes altitudes. É uma serpente de hábitos generalistas ingerindo presas pequenas como lagartos e camundongos. É considerada uma espécie pequena que pode atingir cerca de 90cm de comprimento total.

Foto: Herivelto de Oliveira

Referências:

Benício, R.A, Lima, D.C, e Fonseca, M.G. (2015) Species richness of reptiles in a Caatinga area in northeastern Brazil. Gaia Scientia. 9:89-94.

Freitas, M.A e Silva, T.F.S. (2005) Guia ilustrado - A herpetofauna da Mata Atlântica nordestina. Pelotas, USEB. 161p.

Guedes, T.B. (2012) Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação. São José do Rio Preto/UNESP.

Atractus ronnie Passos, Fernandes & Borges-Nojosa, 2007

Também conhecida como cobra-dos-brejos, essa serpente é endêmica da Caatinga e ocorre exclusivamente em áreas de mata úmida (brejos de altitude). Sua distribuição atualmente restringe-se às serras de Baturité, Planalto da Ibiapaba e à chapada do Araripe. São serpentes de hábitos semi-fossoriais ou fossoriais e de dieta variada (minhocas, artrópodes e moluscos).Encontra-se ameaçada de extinção e um dos vários motivos é a perda de hábitat causada pela atividade agropecuária presente na região, e o extrativismo que contribui com o declínio da qualidade do hábitat. Além disso o peso de crendices populares a respeito das serpentes, a falta de conhecimento e, muitas vezes, a desinformação aumentam ainda mais o medo das pessoas, e geram atitudes que prejudicam a esses animais. Assim, a melhor forma de protegê-los é conhecendo-os e descobrindo as maravilhas que estão por trás de sua língua bífida e corpo recoberto por escamas.


Referências

https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7890-repteis-atractus-ronnieLoebmann

D., Ribeiro, S.C., Sales, D.L. e Almeida, W.O. (2009). New records of Atractus ronnie (Serpentes, Colubridae) in relictual forests from the state of Ceará, Brazil, and comments on meristic and morphometric. Biotemas 1, 169-173.

Passos, P., Fernandes, D.S. e Borges-Nojosa, D.M. (2007). A new species of Atractus (Serpentes: Colubridae: Dipsadinae) from a relictual forest in Northeastern Brazil. Copeia, 788-797. Passos, P., Dobiey, M. e Venegas, P.J (2010) Variation and Natural History Notes on Giant Groundsnake, Atractus gigas (Serpentes: Dipsadidae). South American Journal of Herpetology 2,73-82.

Foto: Herivelto Oliveira

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